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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Frígido Amor


O desespero alheio toma conta de mim. Carrego em mim as dores, as loucuras daqueles que amo, tornando-as como experiência.

...

Eis que ela morreu, a rosa que era o nosso amor.
A sua alma vaga por aí, perdida, contida em solidão.
Eis que ela envenena-se com sua própria dor, fazendo a desesperança reinar no seu mundo perdido. Tristeza e agonia, vontade de voltar atrás, suicídio amoroso. Converti minha dor em música triste e inesquecível, deixando as notas encarregarem-se do mais. Solo inesquecível, marcado pelas imagens daquele momento. Deixei as lágrimas rolarem, dando um sinal de que tudo que vivemos foi bom e inevitável, eu te amei. Ainda lembro do princípio. Olhe o cume de tudo isso, acabou, chegamos ao clímax e então nos sobreveio a sentença do que não preservamos. Fomos ambos dilacerados e eu sofro pelas feridas causadas. Tal ferida chamada saudade, que me invade sem pedir licença, que me entorpece e envenena. Do teu olhar é o que mais lembro ao partir naquele momento, tão frígido porém saudoso.
Deixo esse solo chegar ao fim por si mesmo, como se ele fosse a vida que vivemos.

Lucyléa Thomé

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